FINANCEIRO
A primeira cooperativa de crédito no Brasil foi a Sicredi Pioneira, fundada em 1902, em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul. A iniciativa foi do padre Theodor Amstad, que adaptou para o nosso país o modelo Raiffeisen, criado na Alemanha e utilizado na Europa. Em Santa Catarina a primeira surgiu em 1932, em Porto Novo, hoje Itapiranga. Em Blumenau a primeira foi a Cooperativa de Crédito da Cia. Hering. Fundada em 26 de Novembro de 1951, por 21 funcionários da empresa, transformada na Viacredi, quando aberta para toda a população. Ela hoje atua em 120 municípios catarinenses e acaba de registrar o seu cooperado número um milhão, tornando-se a maior cooperativa de crédito singular brasileira. Ela também se destaca como a maior do país em número de cooperados pessoa jurídica, com 100 mil, segundo o Portal Cooperativismo Financeiro.
FUNCIONAL
Foi realizado levantamento dos analfabetos funcionais no Brasil. Os números são tão grandes que prefiro citar apenas os percentuais, que já são vergonhosos. Temos 29% da população com dificuldades graves de leitura, escrita e interpretação. A pesquisa atual mostrou que nada evoluímos desde 2018, quando foi feita a pesquisa anterior. Para nós. que tanto nos gabamos do Sul, uma decepção. Os analfabetos funcionais não foram divididos por Estados e sim pelas nossas Regiões. O Sul, com 35% ficou bem acima da média nacional. A melhorzinha é a Centro-Oeste com 22% da população analfabeta funcional.
PROFESSOR
Leio o primeiro capítulo de O Dom de Casmurro e descubro que o prólogo não foi escrito pelo professor José Endoença Martins e sim pelo professor Bento, que importou da obra de Machado de Assis para a Universidade de Jaracumbach. Bento foi procurado por um civil, que se dizia seu amigo. Ao encontrá-lo em sua sala identificou-se como Tenente do Exército. Era alto e louro. Devia ser de família alemã. Trajava terno e carregava uma valise preta. Entrou na sala com ar de superioridade e declarou ao professor Bento: “Hoje não me escapas”. Este levou na brincadeira e disse: “Não brinca, Sargento!”. O militar reagiu: “Primeiro, para seu governo, não sou sargento. Sou tenente. Depois não estou brincando não, professor”.
SEGURANÇA
O Oficial esclareceu que estava em missão especial do SNI. Bento gracejou: “Senhores Não Imprestáveis”. O visitante disse Serviço Nacional de Informações, deu um murro na mesa e continuou: “Vasculhamos o Jaracumbach inteiro, viramos tudo de cabeça para baixo, cada casa, cada buraco e cada bueiro, mas parece que teu amigo evaporou”. Bento disse que não tinha amigo. “E aquele negro que tu escondeste na tua casa?”. A explicação foi que o Comandante vira que não escondia alguém. Ouviu que o Coronel não estava nem um pouco convencido da sua inocência. Mas, na verdade, não estava ali por causa daquele negro comuna subversivo. Estava em trabalho sério sobre assunto de segurança.
LOCAL
Tratava-se de um artigo que publicara num jornal que consideravam imprensa marrom. “Tuas palavras agressivas causaram comoção no nosso meio. Os mais exaltados queriam te esfolar vivo.” O Tenente tirou da valise um envelope e jogou na frente do professor. Nele estava escrito “Dossiê Professor Bento”. Bento pegou o envelope, abriu, retirou o artigo e começou a ler. Ai escutou que o jornal era um pasquim e que seu artigo um lixo , uma falta de respeito com o nosso presidente e grande general. O senso de humor saltava das palavras e enchiam Bento de orgulho. “Vocês não entendem humor?” perguntou. “Entendo. É óbvio que entendemos. Mas não aceitamos o deboche vulgar.” O professor tentou explicar dizendo que apenas reproduzira o que os grandes jornais deram e adicionou um pouco do nosso deboche local.
TENENTE
O Tenente resolveu dar-lhe uma lição sobre a rotina do povo dizendo que vivia há muito tempo no Jaracumbach e que a gente dali não lê a grande imprensa. Um jornal comunitário, distribuído gratuitamente, sim eles leem ou manuseiam e é aí que mora o perigo para a segurança nacional. Tentando justificar o que escrevera o professor disse que o presidente havia dito que não gostava do cheiro do povo, que preferia o cheiro do cavalo. O Tenente rebateu que não havia dito. Que pinçaram estes termos fora do contexto e truncaram as palavras do Presidente. “Tudo isso pegou mal para nós, que queremos o melhor para o país”. Bento inquiriu quem eram os “nós” e ouviu que eram os bons patriotas, os bons brasileiros que acreditavam no “slogan” Brasil Ameo-o ou Deixe-o. O professor deixou escapar: “Amém. O último a sair apague a luz”. A reação do militar foi imediata. Desferiu um murro na mesa, cujo estrondo foi ouvido nos corredores e salas vizinhas. Vários acorreram e um estudante perguntou da porta se estava tudo bem. Bento disse que sim, que estavam apenas conversando. O Tenente caiu em si. Para um Oficial a serviço do SNI, discrição era regra básica e seu destempero seria repercutido no Campus, seria uma desnecessária contrapropaganda. Pegou a valise e se mandou. Os amigos queriam saber qual o assunto da discussão. Afirmou que, para o bem de todos, era melhor que não se metessem, nem soubessem a respeito. Quando um professor quis saber o que tinha na mão, procurou esconder o envelope com o artigo, o pomo da discórdia entre ele e o Tenente.
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