FILHO
A rota do regresso a Blumenau foi o inverso do caminho da ida a Brasília. Passamos uma noite em Catalão, Goiás, no Hotel Lindóya, e uma noite em Ourinhos, no Ibis. No hotel de Catalão vi na parede da recepção a foto de uma senhora idosa, de corpo inteiro. Perguntei se era a dona e fiquei sabendo que é a mãe do proprietário e que se chama Lindóya. Então, nada a ver com as famosas águas minerais mineiras. Achei bonita a homenagem do filho.
CONTINUAVA
Havíamos previsto sair de manhã de Ourinhos, pensando em cobrir os 651,7 quilômetros até o final da tarde. Pela primeira vez, em toda nossa viagem, estava chovendo. Meu genro ligou o limpador de para-brisa e quem dera. Motor queimado. Saiu atrás de uma oficina. A primeira não podia aceitar o serviço porque a agenda estava esgotada. A segunda desmontou o motorzinho estragado e ficou de conseguir um novo. Fechou para o almoço e nós na expectativa. Quando reabriu deu a informação da não existência da peça na cidade. E a chuva continuava.
PARA-BRISA
Parente que mora em Ourinhos disse que tinha um cristalizador que ajudaria até chegarmos, ainda durante o dia, à cidade paranaense de Santo Antônio da Platina, onde, segundo a meteorologia, não estaria chovendo e nem dela para frente. Saímos às quatro e meia e em ritmo lento, atrás de caminhão, na estrada estreita, sinuosa e esburacada até Ventania. Anoiteceu. Paramos para abastecer e funcionário do posto de gasolina disse que uns dois quilômetros para frente havia um outro posto de combustíveis que tinha a venda um produto japonês que permite viajar sem o limpador de para-brisa. Fomos lá comprar a maravilha nipônica: um bastão de 84 reais, mais 46 por uma flanela tamanho família. Era só esfregar bem e deixar secar por 15 minutos. O carro nunca teve um vidro tão limpo e, até parece milagre, nenhum bichinho morreu chocando-se com ele. Parou mesmo de chover, nós paramos e comemos um gostoso creme de mandioquinha. No trajeto mais pé de moleque, chocolates, balas de coco e banana, pipoca de cangica, amendoim japonês e batatas fritas. Chegamos sãos e salvos às cinco e meia da manha, depois de deixarmos minha cunhada em Balneário Camboriú. Viagem inesquecível, principalmente porque foi a primeira com o carro sem limpador de bara-brisa.
VIVEMOS
Em Minas Gerais, uma mulher de 22 anos abandonou o filho recém nascido numa caixa de papelão. Depois avisou a polícia e os bombeiros. Foi descoberta, presa e contou que foi no desespero, pois tem um filho de 6 anos com paralisia cerebral e outra criança de uma ano e meio. Por outro lado, uma mulher queria registrar como sua filha uma boneca “Reborn”. Algo que a legislação não permite. Uma terceira, que possui um bebê “reborn” solicitou licença maternidade de 120 dias e salário família, alegando que a boneca é como uma filha e precisa cuidar dela. A empresa negou, a mulher foi alvo de zombarias e entrou com ação na Justiça do Trabalho. Acho que ela merece 120 dias de licença para tratamento no hospício. E ainda leio que o Padre Fábio de Melo também adotou um bebê “reborn”. Não entendo mais o mundo em que vivemos.
DIREITO
Na programação regional da afiliada da Globo em Ourinhos vi uma reportagem que mostra bem o comportamento dos políticos brasileiros. A Câmara Municipal de Bauru tem 21 vereadores. Para dar conta do seu imenso trabalho em prol do povo cada um tem 2 assessores. Mas, as reivindicações estão acumulando e não conseguem atender a todos os munícipes. Por isso, por 15 votos a 6, aprovaram a contratação de mais um assessor para cada vereador. Serão mais 21 correligionários em cargo de confiança recebendo pouco mais de 8,5 mil de salário mensal, mais 1,8 mil de auxílio alimentação. Se em Brasília podem deitar e rolar, porque Bauru não teria o mesmo direito.
PECADORES
Agora uma boa notícia para a gente voltar a acreditar que a juventude não é tão ruim como apregoado. Um rapaz itajaiense, de apenas 16 anos de idade, Inventou um filtro para remover micropartículas de plástico da água. O nome dele é Gabriel Fernandes Mello Ferreira e foi reconhecido com o prêmio do juri popular do “Stockholm Junior Water Prize2021”, recebendo mais de 26 mil votos. O projeto do itajaiense visa contribuir para a solução do problema da poluição por microplásticos, que são partículas de plástico menores que 5 milímetros. O sistema do Gabriel foi comprovado como 100% eficiente na retenção de microplásticos. Alternativa viável para estações de tratamento de água e ser adaptado para uso residencial. Ganhou também uma bolsa de estudos na China e, hoje com 21 anos, cursa Engenharia e Ciência da Computação. Queimou a língua quem afirmou que Itajaí só tem pescadores e pecadores.
Comentários
Postar um comentário