POBRES
No Domingo da Páscoa, com voz fraca, o Papa Francisco (88) apareceu para dar a benção “UrbI et Orbi” e ser aplaudido pelos fieis que estavam na Praça de São Pedro, no Vaticano. Foi a sua despedida, pois na madrugada desta segunda-feira entregou a alma a Deus. Foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro a suceder um que renunciou na era moderna, o primeiro a dar voz para as mulheres nos concílios da igreja católica, pôs fim a uma briga centenária com a igreja ortodoxa, buscou a aproximação com a evangélica luterana e canonizou a primeira santa verdadeiramente brasileira, a Irmã Dulce dos Pobres.
INTELIGENTE
Um Papa progressista que fez muitas mudanças necessárias enfrentando dificuldades com o colégio cardinalício composto por conservadores nomeados por João Paulo II e Bento XVI. Sua primeira viagem internacional foi para o Brasil, onde veio presidir a Jornada Mundial da Juventude. Aqui, quando questionado sobre a questão da rivalidade Brasil-Argentina, declarou: “O Papa é argentino e Deus é brasileiro”, respondendo ao jornalista Gerson Camarotti, da Globo News. Resposta rápida e inteligente.
PUBLICAMENTE
No seu livro autobiográfico, Jorge Mário Bergoglio contou que teve duas namoradas. Uma seriamente e a outra coisa passageira. Foi ordenado padre com 33 anos de idade. Desde criança sempre foi torcedor fanático do San Lorenzo de Almagro. O clube do seu coração, por coincidência, só conseguiu o título de campeão continental um ano após a sua posse como Papa Francisco. Conservou sempre a carteirinha de sócio e recebeu, na Santa Sé, do presidente uma camisa rubro-anil do San Lorenzo, que fez questão de mostrar publicamente.
POVO
Como Arcebispo de Buenos Aires só andava de ônibus, vivia na comunidade e manteve a simplicidade quando chegou ao Vaticano. Não foi morar nos aposentos papais ocupados por seus antecessores. Ficou em modesto alojamento na Casa Santa Marta e dispensou toda a pompa. Para seus interlocutores sempre fez questão de afirmar que era uma homem ouvindo outro homem. Seu comportamento conquistou a simpatia de uns e a ojeriza de outros. Mas, não são poucos os que afirmam que se tornou o Papa do Povo.
MARIA
Antes de morrer pediu para que seu caixão seja um simples, de madeira. Também não quer ser sepultado na cripta da Basílica de São Pedro, como os outros Papas. Quer que seus restos mortais descansam na Igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma. Era a igreja em que sempre ía rezar antes de uma viagem e após o seu regresso por ser devoto da Virgem Maria.
FALECIMENTO
Após a morte de um Papa, o Vaticano entre num período de luto denominado novendiales, que dura nove dias. Esta fase é marcada por cerimônias litúrgicas, homenagens públicas e um profundo clima de reverência. O início do velório está previsto para quarta-feira, dia 23. O sepultamento terá dia e horário definidos pela cúria, devendo ser entre o quarto e o sexto dia após o falecimento.
BRANCA
Agora começam as viagens dos cardeais para a realização do Conclave que irá eleger o novo Papa. Temos 252 cardeais, mas só 135 podem votar. Os que passaram dos 80 anos de idade não votam mais. Dos brasileiros 7 tem direito a voto. Entre eles o gasparense Jaime Spengler, que é arcebispo de Porto Alegre. Vamos ver como é que vai ficar na igreja católica a disputa entre progressistas e conservadores. Eles têm de 15 a 20 dias para começar as reuniões e votações até que possa ser solta a fumaça branca.
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