MOMENTOS

Fomos passar o fim de semana em Balneário Camboriú. Ficamos impressionados com o movimento no “Balneário Camboriú Shopping”. A temporada de veraneio acabou, mas os corredores estavam cheios de gente e carregando sacolas de compras. A cidade continua as construções em ritmo acelerado e acontecendo os acidentes de trabalho. Assim é que um homem de 50 anos teve que ser resgatado pelos bombeiros, de cima de um telhado, após ter sofrido um choque elétrico, em rede de média tensão, que o deixou desacordado por alguns momentos.

LOCAÇÃO

Em Florianópolis foram queimar o lixo de um prédio e perderam o controle do fogo, provocando incêndio que destruiu a edificação. Nele funcionou uma clínica odontológica, mas estava vazio para alugar. A construção na Avenida Mauro Ramos foi totalmente consumida pelas chamas. Bem no Centro, ao lado do Edifício do IBAMA. Aparentava estar em obras para a locação.

NORMALMENTE

O presidente Lula sofre ameaça de obstrução parlamentar no Congresso Nacional. O ex-presidente Jair Bolsonaro sofre obstrução intestinal e teve que se submeter a sétima cirurgia após a facada de 2018. Foram 12 horas de trabalho para a equipe médica do hospital no Distrito Federal, após a transferência de Natal para a capital federal. Operação laparoscópica, mais do que delicada, nos 3,5 metros do intestino. Agora, no pós-operatório vai passar dias na alimentação parenteral até que haja a desinflamação e o órgão volte a funcionar normalmente.

SEMPRE

Com 89 anos de idade, faleceu em Lima o escritor peruano Mario Vargas Llosa. Em 2010 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura. Um dos seus livros mais marcantes é “A Guerra do Fim do Mundo”. Era o último representante, ainda vivo, da chamada geração dourada da literatura latino-americana. Marxista, na juventude, depois converteu-se em defensor da livre iniciativa. Candidatou-se a presidente do Peru e foi derrotado por Alberto Fujimori. Os filhos não comunicaram o motivo da sua morte. Vão obedecer ao seu desejo de não ter cerimônia pública de velório e sepultamento e de seu corpo ser cremado. Ele se foi, mas a sua obra continuará para sempre.

OPRESSÃO

Prossigo acompanhando a “Conversa com Ingo Hering Hoje”. Marco Antonio Arantes questiona o empresário blumenauense:

Voltemos à Teologia da Libertação, evoluída a partir do Concílio Vaticano II – seu discurso não lembra o “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”?

- O próprio Cristianismo, apesar de já se interessar mais pelos pobres, não conseguiu mudar a desigualdade, crassa, que persistia. A expressão “hierarquia” usada tanto antes quanto depois de Cristo, ressalta a “santidade” (grego “hieros”) da diferenciação econômica, social e política. Portanto, deve-se presumir que uma igualdade plena dos homens nunca esteve no ‘plano de Deus”, como sonham os adeptos da Teologia da Libertação e mesmo alguns outros prelados bem-intencionados, porém sem a devida compreensão para as realidades da vida. Achamos, porém, que o mal causado pela teoria da igualdade, seja a de fundo marxista, ou a da Teoria da Libertação, vem do fato de que representa uma inversão dos valores da vida. Foram desvalorizados e mesmo tachados de “pecaminosos” todos os esforços naturais do homem no sentido de progredir e vencer na vida, cultivando-se em seu lugar sentimentos invejosos que execram todos esses esforços como “tentativas de dominação e opressão” (1984).

ESTATAL

Nós falamos, antes, do conceito marxista do capital como trabalho acumulado, em decorrência da mais-valia. O uso do capital, então, apenas para obter mais capital, como um fim em si mesmo, não seria “pecaminoso”? Teria a ver, de fato, com a natureza do homem?

- O fato de que “capital é trabalho acumulado”, e que tudo, em última análise, é fruto do trabalho, inclusive a matéria-prima, leva com facilidade à convicção de que o trabalho precede o capital. Isso é verdade em termos cronológicos, mas não no sentido de iniciação criadora. Numa economia livre e nos países “novos”, abstraindo as riquezas do tipo mais feudal, que vem de longa data, o capital inicial se forma normalmente pelas “sobras” - depois de satisfeito o consumo próprio – do trabalho individual. Quando essas sobras não são aplicadas em empreendimentos próprios, o que inclui o artesanato e as microempresas, elas se encaminham à poupança, ou ao capital financeiro. Mas é importante ressaltar que o capital próprio, o chamado capital de risco, é que dá à economia o rumo e a vitalidade. Sem capital de risco não haveria empregos (abstraindo dessas considerações gerais o capital estatal (1984).

COVARDE

Isso lembra mais Europa do que América Latina.

- O problema dos países em desenvolvimento é que a formação de capital nacional (“de risco” e “financeiro”) nunca corresponde ao ritmo necessário para estreitar o intervalo que os separa dos países desenvolvidos. Citamos o veterano economista argentino Raúl Prebisch, que é tudo menos vassalo dos americanos: “sem o processo de acumulação de capital é impossível manter o desenvolvimento, apesar … da tremenda eficiência dos mercados livres”. Ele é, ainda, a favor de “taxar (mais) o gasto e não o investimento”. Outro drama dos países em desenvolvimento é a relativamente menor formação de capital de risco em comparação com capital financeiro (poupança). Este fator contribui bastante para a instabilidade da sua economia, porque o capital financeiro é, por natureza, “covarde” 1984).

ESPECULAÇÃO 

Sim, e a consequência é a inflação, com o dinheiro correndo atrás do dinheiro, feito o cachorro querendo morder o próprio rabo.

- Sem dúvida, entra-se assim, facilmente, no círculo vicioso da inflação em tempo de crise: a poupança se retrai, sobem os juros e a inflação e, para atrair a poupança de novo, precisam se manter os juros acima da inflação. Do contrário, seria ainda pior: o dinheiro procuraria ainda mais o consumo supérfluo e/ou a especulação (1984).

CINCO

E como o senhor sugere que se saia desse círculo vicioso?

- O primeiro passo seria o reconhecimento da importância do capital de risco, para que possa haver mais trabalho, em bases seguras, não-inflacionárias. Para tal deve-se aplicar, pelo menos em parte, a receita esposada por Raúl Prebisch, isto é, isentar não completamente os investimentos de taxação do IR, mas conceder um desconto de, digamos, 60% no caso de sociedade aberta e de 30% no caso de sociedade fechada, ou individual. Como tal incentivo para a capitalização interna apenas traz resultados a longo prazo, só o aporte de capital estrangeiro poderia dar frutos imediatos, como correu nos tempos de Juscelino Kubistchek, de “cinquenta anos em cinco”

(1984).

RODADAS

O Flamengo foi a Porto Alegre e, com dois gols de Arrascaeta, voltou para o Rio de Janeiro festejando a vitória por 2 a 0, com os 3 pontos e a liderança do Brasileirão, empatado com o Palmeiras, que derrotou o Corinthians, no sábado, por 2 a 0. Também no sábado o Juventude bateu de virada o Ceará por 2 a 1 e o Bragantino fez o Botafogo amargar mais uma derrota: 1 a 0 para o time de Bragança Paulista. O Fluminense ganhou do Santos de 1 a 0, gol marcado aos 49 minutos da segunda etapa. O Vasco sapecou 3 a 1 no Sport Recife. Os demais jogos terminaram todos empatados: São Paulo 1 x 1 Cruzeiro, Bahia 1 x 1 Mirassol, Fortaleza 0 x 0 Internacional e Atlético Mineiro 2 x 2 Vitória. Foi apenas a terceira das 38 rodadas.