REALIZAÇÕES
O Serviço Municipal de Trânsito decidiu acabar com a permissão de carros de passeio utilizarem a Faixa de ônibus na Avenida Beira-Rio. Muitos motoristas estão recebendo multa de 293 reais e 7 pontos na carteira e reclamam que não sabiam da mudança. Eu ouvi no rádio a informação um dia antes. Penso que para a GMT passar a multar a Prefeitura deveria ter dado um prazo e feito campanha publicitária pelos meios de comunicação, como faz para anunciar as suas boas realizações.
FINAL
No seu “Livro sobre livros”, Enéas Athanázio destacou a obra de um escritor promotor público, como ele. Referiu-se ao lançamento de “De quando eramos iguais”. Não se recorda de ter lido algo semelhante sobre um julgamento no Tribunal de Juri, retratado pelos olhos do encarregado da acusação. Não falta literatura sobre julgamentos, mas neste é o próprio representante da sociedade olhando de dentro para fora e analisando tudo o que aconteceu. O colega Eduardo Sens, inesperadamente, reconhece o réu e se sente envolvido num ambiente de tensão que vai prender a atenção do leitor até o final.
TERMINOU
O autor escreve com desenvoltura e tem uma linguagem rica em observações, sugestões e ideias, desenvolvendo formulações filosóficas que casam perfeitamente com o momento que viveu. Ao reconhecer o réu, depois de tantos anos, o promotor se vê diante do próprio passado e os acontecimentos do tempo distante voltam à memória. Os tempos de infância desfilam pela cabeça numa recordação minuciosa e sofrida que o acompanha durante todo o processo, ato por ato, até a conclusão. Até mesmo um acontecimento doloroso no colégio, que julgava esquecido, volta com toda força. O promotor vive um drama indescritível. Por um lado o dever funcional de acusar; pelo outro, o desejo de perdoar o amigo de infância. Para completar, a dúvida sobre a culpa do réu parece se infiltrar no seu coração. Esgotado, ele mal pode acreditar que o julgamento terminou.
PESADELO
Promotor experiente, com 17 anos de atuação e mais de cem julgamentos, o personagem fica chocado ao ver na sua frente, no banco dos réus, o Taínho. Menino pobre, morador da favela na vizinhança da sua moradia, ele pertencia ao grupo de crianças que brincavam juntas sem que houvesse diferença entre elas porque se sentiam iguais. O caso que deveria ser apenas mais um dentre tantos, de repente se transforma em pesadelo.
SUSPENSE
Procurando se controlar e manter a frieza, ele vai vencendo as etapas do julgamento. A oitiva das testemunhas, o interrogatório do réu, a leitura das peças processuais, a fala do defensor e, por fim, a angustiante votação dos quesitos na sala secreta. Mesmo vivendo um drama íntimo, observa tudo que acontece: as palavras da defesa, a postura dos jurados, as reações da plateia, o comportamento do réu. Traça um retrato tão perfeito que a gente vê o Tribunal em funcionamento. Enéas Athanázio comenta que é um livro pioneiro pela abordagem do tema e que ficará como algo inovador. Julga que Eduardo Sens, promotor de Santa Bárbara, merece as melhores felicitações. Eu só não gostei de não ficar sabendo se o Taínho foi condenado ou absolvido. Será que a intenção dos dois promotores públicos foi manter o suspense?
BRASIL
Por incrível que pareça, temos que torcer pelo sucesso da China. As boas notícias que saem de lá beneficiam e muito a nossa economia. O anúncio chinês de pacote de estímulos nos favoreceu e a todos os emergentes. Aconteceu aqui uma chuva de dólares e a moeda norte-americana fechou a 5,68, o menor nível desde 7 de Novembro de 2024. Chegou a 5,66 e subiu porque os investidores de empapuçaram ao comprar dólares. Em 2025 a queda está em 7,99%. Houve também ajuda do BC com a notícia de que a nossa atividade econômica cresceu 0,9% em Janeiro superando a expectativa do mercado. O Índice Bovespa fechou aos 131.123 pontos. O maior patamar desde 28 de Outubro passado, com alta geeralizada das ações e destaque para as das petroleiras, mineradoras e bancos. Graças ao Big Brother, estamos descobrindo que o que é bom para a China e bom para o Brasil.
Comentários
Postar um comentário