FOME

 

O dia 15 de Janeiro de 2025 vai para os anais da história do Brasil e do Mundo. No Brasil, como é para o bem do povo e a felicidade geal da nação, o governo federal revogou a fiscalização do Pix. Todos nós podemos dormir em paz. No mundo o alívio geral. Estados Unidos, Israel e Hamas não deixaram para Donald Trump o orgulho de ir soltar a pomba da paz na Faixa de Gaza. Firmaram o acordo de cessar fogo que permitiu o discurso de Joe Biden louvando os esforços do seu país para ajudar Israel a se defender e atacar e levar ao armistício. Serão três fases e a primeira, que terá a duração de 42 dias, entra em vigor no dia 19. Depois da segunda e terceira, cujo acordo será finalizado durante a implementação da primeira, Os restantes reféns voltarão para suas casas, guerrilheiros serão soltos, tropas israelenses deixarão a Faixa de Gaza e palestinos poderão retornar ao que resta de suas residências, escolas, hospitais e empresas e começar o trabalho de reconstrução. O mundo pode dormir tranquilo. Agora só falta o entendimento entre russos e ucranianos, diga-se entre Putin e Zelensky, para que o Papa Francisco não precise mais rezar pela paz mundial e possa se concentrar na questão da fome.


CALAFRIO


Cheguei ao último capítulo do “Livro sobre livros”. Como Enéas Athanázio não cita autor de “Uma Estória Desvairada”, deduzo que seja obra de sua própria lavra. Sendo um escritor regionalista, “A Embaixada Marciana” é uma incursão pela ficção científica. Ou seria uma narrativa autobiográfica? É contado o que aconteceu com o personagem Lelis Laranjeira que estava deitado em quarto escuro, ao lado da mulher que ressonava. Pensava na vida, que fora boa, mas nos últimos 3 anos se complicara, acometido por uma doença renal incurável. Ouviu uma voz chamando seu nome. Estranhou, pois não havia outra pessoa no quarto. Julgou que fosse sua imaginação. O chamado se repetiu mais forte e ele sentiu um calafrio.


MARTE


Dr. Lelis! Não se assuste! Sou amigo e trago uma mensagem importante. Estou usando linguagem telepática. Sou o Coronel Saene, integrante do alto corpo sanitário do Ministério da Saúde de Marte. Nós não somos verdes, com os humanos pensam. Estou aqui por ordem do ministro, o Doutíssimo Marcelino, encabeçando uma embaixada de cientistas para convidá-lo a viajar conosco para o planeta Marte.”

 

HEMODIÁLISE


Lelis sentiu um leve tremor mas ficou curioso. O Doutíssimo, conforme disse, era o maior e melhor médico do Universo. Vinha acompanhando o seu caso e acreditava que poderia curá-lo. Tudo teria que ser feito em segredo e deu-lhe até o dia seguinte, após a sessão de hemodiálise, para decidir. Falava em marciano com tradução simultânea para o português. Lelis matutou sobre o convite e decidiu aceitar. Poderia voltar curado ou pelo menos faria uma viagem interplanetária, coisa que nunca imaginara. Beijou a mulher e foi para a hemodiálise.


INÍCIO


Acoplado à máquina 25 e com as agulhas na fístula, coberto por grosso cobertor que chamava de companheiro de infortúnio, ouvia o som cadenciado empenhado em purificar seu sangue e livrar o organismo do excesso de líquidos. Dormitava quando ouviu a voz forte e jovem do Coronel Saene, que já conhecia. “Dr. Lelis Laranjeira, bom dia! Feliz com a sua decisão. Vamos provocar uma pane elétrica na clínica, tudo ficará escuro e o senhor será transportado para a nossa nave. As luzes se apagaram, foi uma correria e quando deu por si Lelis estava sentado em ampla poltrona forrada com tecido que não conhecia e enrolado numa espécie de cobertor grosso e quente. O coração pulsava forte e tratou de se acalmar. Ouvia uma ruído suave, como de um pequeno ventilador, e a grande aventura teve início.


POLTRONA


Silenciosa e firme a nave cruzava o espaço. A porta da cabine se abriu e um ser semelhante a humano, trajando uniforme bem talhado e brilhante lhe disse: “Seja bem-vindo à nossa nave, Martinês, a mais segura e veloz de todo o Universo. Marciana, nossa comissária de bordo, irá lhe mostrar a cabine onde encontrará trajes e alimentos. Algo de que precise é só pedir a ela. Ela o introduziu num quarto largo e bem iluminado e fechou a porta atrás dele. Encontrou roupas e alimentos estranhos. Vestiu um traje que parecia feito sob medida, Bebeu e comeu um pouco. Sentindo-se muito bem retornou a sua poltrona.


ACONTECEU


O Coronel Saene reapareceu e informou-lhe que Marte estava a 225 milhões de quilômetros da Terra e que, viajando à velocidade da luz, levariam cerca de nove meses de voo pelo calendário terrestre. Fariam duas escalas em astros celestes para reabastecer, sem revelar os nomes por questão de segurança. Serão trocadas as pilhas atômicas que fornecem a energia. Elas são pequenas como as de lanterna na Terra, mas com poderio avassalador. A explosão de uma destruiria cidade de médio porte. Mas nossa técnica é aprimorada e isso jamais aconteceu.


Você está gostando do relato? Se o Dr. Enéas Athanázio não foi abduzido e é o autor criou uma bela trama. Não perca o restante da estória no próximo Blog do Pimpão.



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