DÓLAR

 


Vi matéria no Jornal Nacional que me fez recordar de um assunto que estava esquecendo de comentar. Refiro-me ao custo das frutas. Do jeito que os preços estão aumentando, não vai demorar para que alguém seja preso furtando abacates, como foi preso o lajeano que estava tentando sair do supermercado com quatro peças de picanha sem pagar. A reportagem até calculou os percentuais da subida de preços das frutas. Uvas, pêssegos, mamãos, goiabas e até abacaxi só para a elite. Até as bananas não são mais vendidas por preço de banana. Numa oferta comprei melão amarelo por 3,45 o quilos e 5,25 pela banana. Acho que estamos exportando nossas frutas e aí o preço aqui também é na base do dólar.


ALVES


Vi também e quase cai para trás o preço alcançado em leilão em Nova York pela obra do artista italiano Maurizio Cattelan. Um chinês que negocia criptomoedas pagou o equivalente a 36 milhões de reais por uma banana presa com fita adesiva na parede. A banana mais cara da história universal. Se a moda pegar entre os apreciadores das belas artes poderemos dizer adeus às bananas e festejaremos os bilionários de Corupá e Luiz Alves.


PICASSO


Os feriados, a Cúpula do G-20 e o Relatório de 880 páginas da PF sobre o plano de golpe não perpetrado ocuparam minha atenção. Mas não deixei de ler no “Livro sobre livros” os dois capítulos que Enéas Athanázio dedicou a um homem difícil e mal-humorado: Pablo Picasso. Acho que o pintor espanhol, que viveu na França, nunca escreveu. Foi, contudo, biografado pela escritora grega Arianna Stassinopoulos Huffington na obra “Picasso – Criador e Destruidor. No primeiro, abordando a tradução para o português feita por Hildegard Feist, comenta sobre a vasta pesquisa da autora consultando uma bibliografia imensa toda em inglês e francês e sem um único título brasileiro. Na sua abalizada opinião o catarinense informa que chama atenção a minúcia de cada informação e da fonte em que se baseia. Um livro indispensável para quem quer conhecer a controvertida vida de Pablo Picasso.


PINTURA


O pintor espanhol se fixou em Paris, trabalhava incansavelmente e, graças a seus traços geniais, acumulou fortuna vendendo seus trabalhos, desenhos e pinturas. Cedo ainda já desfrutava de renome mundial. Um homem complexo e enigmático, era capaz de gestos de extrema grandeza e de total mesquinharia. A análise de muitas das suas atitudes desafia os melhores psicólogos e a autora buscou explicação nas opiniões de Freud, Jung e outras eminências no assunto. Dono de uma criatividade ilimitada estava sempre procurando a verdade absoluta através da sua pintura.


SENSÍVEL


Pablo Picasso era feio e desajeitado, baixote e calvo, dono de um olhar estranho e assim mesmo um incorrigível conquistador. As mulheres se derretiam por ele, que a elas se dedicava com amor e grosseria. Teve um grande rol de mulheres, trocadas em cada nova fase da sua obra. Chegou a ter até 3 amantes ao mesmo tempo. Casou com Olga, uma aristocrata russa, viveu com ela por algum tempo na alta sociedade e, quando cansou, passou a humilhá-la nas formas mais torpes. Curioso é que as mulheres e também os seus amigos o obedeciam e perdoavam. Curioso também o seu fascínio pelas touradas. Ia a “corridas de toros” assistia compenetrado, discutia, torcia. Algo difícil de entender em artista tão sensível.


FASCINANTE


No segundo capítulo Enéas Athanázio foca a amizade praticamente impossível de Pablo Picasso com Ernest Hemingway, que conviveram na capital francesa. A única coisa que os unia era o amor pelas touradas. Picasso afirmava que Hemingway nada entendia da “fiesta” e que era um charlatão. E, no entanto, ninguém escreveu tanto e tão bem sobre touradas como Hemingway. O norte-americano tentou visitar o exilado do General Franco. Como ele não estava na residência deixou-lhe um presente: uma caixa de granadas. Gertrud Stein era amiga e divulgadora dos dois. Sobre ela Picasso declarou: “É gorda como uma porca”. E sobre Hemingway, ao receber peça de uniforme de um SS que o escritor disse haver matado: “Jamais matou alguém”. Voltou a afirmar que era um charlatão e que por isso Gertrude Stein gostava dele. Por seu turno Hemnigway nunca o citou em suas obras, o que pode ser o motivo da maledicência picassiana. Pela leitura de “Paris é uma festa” observa-se que a amizade do escritor de “O Homem e o Mar” com Gertrude Stein também esfriou e parece que acabou. Mas ele nunca a denegriu. Enéas Athanázio conclui: “Eis aí alguns aspectos colhidos aqui e ali neste livro inesgotável e fascinante.


FRIO


Sou flamenguista e torci para o Vasco. Mas não deu. O Internacional foi ao Rio e ganhou de 1 a 0, com gol de Wesley aos 20 minutos da segunda etapa. O Flamengo continua em quarto graças ao regulamento. Mas não pode tropeçar porque o colorado gaúcho está chegando com toda corda. Nesta noite Fluminense x Fortaleza. Virei torcedor do Fluminense e espero não voltar a ser pé frio.


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