APARELHO
A globalização trouxe vantagens. Mais para as nações ricas do que para os chamados países em desenvolvimento. Teve também o efeito de que qualquer coisa que aconteça nos hegemônicos Estados Unidos repercute em todo o planeta. Basta um espirro da liderança para que todos sintam sintomas gripais. Divulgado dado sobre possível recessão na América do Norte e as bolsas de valores tiveram um dia de grande queda e o dólar subiu. Na segunda-feira o Ĩndice Nikkei, em Tóquio, registrou queda de 12,4%. A maior desde a “segunda-feira negra” de 1987, após o Irã bombardear navios petroleiros dos EUA no Kuwait. Medo de quebradeira devido aos 800 trilhões de dólares que circulam no mercado financeiro sem rastro no mundo real. Se o FED baixar os juros emergencialmente, como esperam analistas, principalmente nós deixaremos de respirar por aparelho.
CIBERNÉTICO
O ex-presidente colombiano Iván Duque declarou para o jornalista Fernando del Rincón, da CNN, que o governo da Venezuela, incapaz de manipular as atas para justificar a vitória de Nicoloás Maduro, planeja declarar a eleição nula e sem efeito, alegando que os dados foram corrompidos como resultado de um suposto ataque cibernético. Seria uma boa saída e poderia ser feita nova eleição com fiscalização internacional.
INTERNACIONAL
Custou mas o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela deu um jeito para entregar os boletins das urnas. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, encaminhou a papelada ao Tribunal Superior de Justiça mostrando que é mesmo amoroso com relação ao presidente Nicolás Maduro. Confirmou que o chefe foi reeleito com 51,95% dos votos. Assim como ele o TSJ também é aliado do líder bolivariano e vai concordar. O resultado, porém, é contestado pela Oposição e pela Comunidade Internacional.
FRAUDADOR
Na segunda-feira o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez, proclamou-se o novo presidente eleito da Venezuela. Num comunicado conjunto publicado no X, ele e Maria Corina Machado, líder da oposição que foi impedida de concorrer no pleito presidencial, afirmaram ter vencido as eleições com 67% dos votos. Foi pedido às Forças Armadas e policiais para que se coloquem ao lado do povo nos protestos e impeçam a tomada do poder pelo golpista fraudador.
RESULTADO
O presidente Lula e 14 ministros foram ao Chile para assinar no Palácio La Moneda 17 acordos e discutir com presidente chileno Gabriel Boric e seus ministros temas de interesse bilateral. Embora não conste da agenda, claro que a questão da Venezuela faz parte das conversas dos dois chefes de governo. Lula teve manifestações de apoio, mas foi longamente vaiado em cerimônia oficial. Lula e Boric não aceitam tacitamente o resultado da eleição venezuelana. Boric, entretanto, é bastante crítico e Lula mais diplomático e pede “entendimento entre governo e oposição”. Ambos defendem e exigem transparência no resultado.
CRESCER
Em Santiago, no final de pronunciamento à imprensa, Lula disse que retornou à Presidência “com muita vontade de tentar recriar uma consciência política junto aos nossos povos. Nós não podemos continuar de costas uns para os outros. Nós temos que pesquisar, garimpar e estudar cada coisa que nós podemos fazer juntos. Nós temos que estudar as nossas similaridades”. Sobre o Chile falou em construir uma “relação plena”, onde “qualquer divergência menor não possa machucar os acordos importantes e as coisas maiores que nós temos que fazer”. “Cada país tem a sua cultura, seus interesses, suas nuances políticas e a gente não pode querer que todo mundo fale e pense a mesma coisa. Nós não somos iguais”, acrescentou. Acredito que foi um bom discurso e que o Mercosul precisa sair do marasmo e crescer.
OLÍMPICO
Chamou a atenção a atitude simpática de Simone Biles e Jordan Chiles fazendo reverência à Rebeca Andrade no pódio olímpico. O momento respeitoso espontâneo, combinado improvisadamente, teve ampla repercussão. O reconhecimento das duas medalhistas norte-americanas ao desempenho da brasileira não agradou, contudo, a Marlon Humphrey, jogador de futebol americano. Ele usou as redes sociais para disparar: “Isso é literalmente nojento”. Nojento foi o seu julgamento desnecessário porque suas conterrâneas simplesmente deram uma demonstração do verdadeiro espírito olímpico.
DOURADAS
Desvaneceu o sonho das duas medalhas de ouro no surfe em águas do Taití. O favorito Gabriel Medina teve que se contentar com bronze e Tatiana Weston-Web com a prata. - No vôlei masculino não houve surpresa. Fomos eliminados pelos EUA por 3 a 1. - No tênis de mesa por equipe ganhamos de Portugal por 3 a 1. - A seleção brasileira de voleibol feminino continua empolgando. 3 a 0 na República Dominicana com parciais de 25/22, 25/13 e 25/17. - No vôlei de praia acabou nossa alegria com Evandro e Arthur. Eles foram eliminados pela dupla sueca. No “skate park” feminino tínhamos 3 representantes. Só Dora Varella conseguiu a classificação. Mas não conseguiu medalha. - No hipismo Rodrigo Pessoa e Stephan Barcha brigando pelo ouro na final individual de saltos. - No handebol feminino uma pedreira, que é a Noruega. 32 a 15 para elas. - No futebol, mesmo sem Marta, o Brasil teve postura bem diferente da derrota contra as espanholas. Logo no início fomos para cima e um gol contra nos deu maior ânimo ainda. Perdemos pelo menos 3 oportunidades para aumentar o marcador. Nos descontos Portillo foi mais rápida e aproveitou um cruzamento da esquerda para assinalar 2 a 0 para o Brasil. No segundo tempo marcamos mais dois e a Espanha fez dois. Com 4 a 2 o Brasil está na final do futebol olímpico feminino. - No basquete masculino encaramos o novo “Dream Team” (Time dos Sonhos) dos Estados Unidos. Os nossos adversários acreditavam que venceriam com 40 pontos de vantagem. Não chegou a tanto. Foram 35 com 122 a 87. - Na canoagem de velocidade tem o porta-bandeira Isaquias Queiroz. Ele foi para Portugal, para treinamento intensivo, e voltou a Paris para conseguir a classificação na prova de duplas, com seu companheiro Jacky Godmann. Ouro em Tóquio é força na individual. Quem sabe o baiano nos brinda com duas medalhas douradas.
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